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terça-feira, 31 de agosto de 2010

Museu da Morte



Recentemente descobri que minha colega, Ludmila Puzzi, está envolvida na construção de um museu em São José do Barreiro, Vale do Paraíba. Bem, o tema do museu não é exatamente sobre a cidade, muito menos sobre a escravidão ou o café; é um museu sobre a morte. Senão me engano é o primeiro museu orientado para esse tema.


Bem, não é uma iniciativa gótica, embora eu ache que eles iriam adorar, mas uma proposta de estudar a mentalidade, como o homem encarou a morte ao longo da história. A inspiração básica aí seria o trabalho do historiador francês Phillipe Àries, mas também ao historiador João José Reis que estudou os rituais mortuários entre escravos e fazendeiros e reconheceu neles marcas da sociedade colonial. Aliás, o trabalho de Ludmila foi exatamente nessa direção ao enfatizar o Cemitério de Escravos de São José do Barreiro e as transformações que aconteceram em sua geografia e seu simbolismo no decorrer das mudanças sociais.


Uma das preocupações iniciais, segundo ela mesma revelou, seria o que expor no museu. Antes de tudo tenho que esclarecer que o museu se situará dentro do próprio Cemitério de São José do Barreiro, então uma excursão pelo local já é ponto fundamental da futura instituição. No entanto, necessita-se de mais materiais para enriquecer o acervo e poder demonstrar a mentalidade sobre a morte. Achei que seria interessante demonstrar a mudança da mentalidade através da arte, aliás objeto privilegiado da análise dos historiadores da mentalidade, sendo assim, temos um acervo quase infinito: desde poemas, contos populares (como os que falei aqui anteriormente), quadros, fotos (no final do século XIX era costume tirar fotos dos falecidos e deixá-las com a família e com os ateliês), esculturas, etc.


Ainda não há data para a instalação do museu, mas até lá ainda dá para contribuir e muito através de sugestões aqui, nesse link.

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