entenda:

aforismos futurismos
futurismos aforismos
afoturismos

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Perdidos na Bienal

Bráulio Tavares sempre me surpreendendo. Com boas surpresas, claro!
O danado quase me pegou.

Leiam:
Perdidos na Bienal - Bráulio Tavares

Dia

Acordo.
Leio o jornal e lancho.
Já cumpri minha cota diária de tragédias e calorias.
Vou trabalhar.
Ônibus lotado:
um vislumbre do purgatório.

Trabalho.
Trabalho, trabalho, trabalho.
O café me impede de se tornar um zumbi.
Computadores, papéis, fofocas... não adianta!
Vou deixar meu cérebro no piloto automático.
Chega a hora esperada: a saída.

Ônibus lotado, pra variar.
A casa vazia, meu amor, me espera.
Mas se vinga por ter passado antes no bar:
acaba a luz.
O jantar vai ser comido frio, pelo jeito.
É bom para a anestesiar a fome.

Banho frio, hmm...
Estou quase no sétimo sono.
Do banheiro á cama, sonambulo.
O corredor nunca pareceu tão longo.
O banquinho na frente do meu caminho, no qual bati meu pé, acaba com o momento zen.
Mas não tem problema, é só mandar ele pra puta-que-pariu umas cinco vezes.
Aí, aí está a cama, me chamando para um longo abraço.
O que posso fazer? Recursar o pedido de uma dama?
Durmo.